Aposto que todos vocês conhecem uma certa operadora de telefonia chamada VIVO. Andei pensando sobre esse nome e concluí que ele é muito apropriado. Nesse dicionário online, podemos começar a entender o porquê. Vejam a definição deles:
vivo
adj.,
dotado de vida;
[...]
esperto;
[...]
eficaz; (1)
rápido; (2)
Alguém só tem que avisar esse dicionário que (1) e (2) estão errados...Mas enfim, vamos à força motriz desse post.
Há pouco mais de um mês, meu irmão perdeu um celular com aproximadamente R$60,00 em créditos. Para não amargar o prejuízo, ligou na vivo e pediu a transferência desse valor para o meu celular. Ficamos satisfeitos com a resposta: "Dentro de 5 dias úteis os créditos estarão no celular do seu irmão". Tá legal.
Um mês depois, desconfiado de que o prazo de 5 dias já havia expirado, liguei na vivo. Para a minha embasbacação, fiquei sabendo *surpresa!!! rá, glu glu* que a vivo não realiza transferências de créditos assim, por telefone. Teríamos que ir na loja da vivo com os 2 aparelhos (como, se um estava perdido??), notas ficais, RG e nossos tataravós para assinar um atestado de idiotice em 6 vias. Depois disso tudo, poderíamos (em tese) transferir os benditos créditos. Ficamos putos, é claro. Depois de muita negociação, conclusão: "Tá bom senhor, vamos abrir as pernas. Faz o seguinte, transfira o telefone-origem-dos-créditos para o mesmo nome do dono do telefone-alvo-dos-créditos e aí tudo vai ficar mais fácil. Mas daí vocês também tem que colocar créditos no telefone-alvo, pois o mesmo está """bloqueado no nosso sistema""" (essa merece aspas triplas)". Ahã. Mas beleza, foi o que fizemos. Inclusive botei 30 pilas de créditos no tal do telefone *rá!*.
Dois dias depois, liguei de novo na vivo: "Olá, gostaria de completar um processo que já está em trâmite há um mês e transferir créditos de um telefone que está em meu nome para outro que também está no meu nome...". *Rá* de novo: "Olha senhor, o nosso sistema aqui sequer permite essa operação...". Ah é? Beleza. Número do processo da reclamação formal que finalmente decidi registrar: XXXXX.
Chegara a hora de ligar para a Liga da Justiça - 0800-33-2001 (Anatel). Expliquei toda a história para uma impaciente atendende que claramente não queria ouvir droga nenhuma. Desiludido, desliguei o telefone com outro número de processo em mãos.
Dia 28/07 (sexta passada), as portas da esperança se abriram. Meu telefone tocou e, para a minha surpresa, era alguém da vivo: "Bom dia senhor, estou ligando para abrir as pernas novamente. Estaremos transferindo (ê laiá!), num prazo máximo de 48 horas, 56 reais e tralalá centavos para o número de celular em que estamos falando agora". Urra! Hora de estourar a garrafa? Ainda não.
Hoje (quarta feira), tive a sensação de que 48 horas já se passaram. Decidi ligar na vivo. E olha o *rá* aí de novo: "Olha senhor, como o senhor já sabe, para nós é impossível (belo sistema, hein!) efetuar esse tipo de transferência de créditos. Digo isso pois a única coisa que consta aqui sobre o senhor é que houve uma reclamação disso que estamos falando agora e, dia 22, fizemos um pedido de desculpas pelo mal entendido, juntamente com o esclarecimento de que tal operação não poderia ser feita". Nossa, é mesmo? E quanto ao telefonema que recebi na sexta? Ah sim: "Senhor, isso é tudo que consta na sua ficha. De acordo com o nosso sistema, esse telefonema não existiu". E-X-C-E-L-E-N-T-E. "Beleza, passa aí logo mais um número de registro de reclamação formal que eu sei que você é um inútil que não pode fazer nada a respeito...".
Enquanto isso, na sala da justiça: "Liguei lá e me falaram isso, minha cara atendente da anatel...". Dessa vez peguei uma com boa vontade: "Senhor, a réplica da operadora para o seu processo diz exatamente o que você contou: foi feito o contato no dia referente e o valor mencionado foi transferido sem problemas". Puxa, que empresa organizada essa vivo, não?
O processo da anatel foi reaberto hoje. Com mais algumas linhas de reclamação, é claro. Fique ligado para o próximo capítulo de Tales from the crypt, que deverá conter a resolução dessa história toda.
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